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domingo, 18 de setembro de 2011

Profunda Leviandade



 
Sinal do intervalo. Acompanhada de seu caderno de anotações, agora tornado seu amante inseparável, dirigiu-se uma vez mais para aquele tão já velho e conhecido canto do pátio do colégio de freiras, sob a árvore amiga. Todos viam-na fútil. E de fato ela era, ao menos na aparência. No entanto, será que eles sabiam que aquela garota ali, vestida de rosa claro, de decote que incomodava freiras incautas, de bolsa da moda, grávida de paixão pelo profano, rindo pra caramba, mesmo que seu sorriso fosse percebido somente por ela mesma, porque ocorria dentro de si, escrevendo mais uma mais uma de suas possíveis aventuras vazias e descartáveis, acordava todos os dias pensando: " - O que eu realmente quero com essa vida? Como faço pra ser feliz?" Não. Eles não sabiam. Não tinham essa profundidade. Mas ela havia aprendido a ler rostos. Tinha uma experiência intrigante dos homens, em desacordo com a sua idade. Eles eram levianos demais para qualquer leitura do coração, da alma. Ela havia aprendido que nehuma moda dura mais de seis meses, mas escrever sinceramente é ter estilo. É ir além daqueilo que chamamos "fashon" ou "in". E, antes que o sinal anunciasse a triste realidade, mais uma vez se pôs a escrever coisas sobre o espírito, sobre si e sobre os outros.
(Cleberson Dias)

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